Não há dúvida: identificar e compreender as tendências e perspectivas do mercado imobiliário é essencial para investidores, profissionais do setor e consumidores. Atualizar-se constantemente acerca da evolução do segmento e de suas próximas tendências proporciona, por exemplo, estar sempre um passo à frente da concorrência, além de gerar mais valor para o negócio.
O fato é que o mercado de imóveis tem passado por muitas transformações (principalmente no período pós-pandemia), na esteira dos novos comportamentos, desejos e necessidades do consumidor. Isso representa um grande desafio para se posicionar e manter-se competitivo e, ao mesmo tempo, oferece oportunidades para moldar melhores produtos e ofertas, seja no mercado de compra e venda, seja no de locações.
Mais tecnologia no mercado imobiliário
Uma das principais tendências para o mercado imobiliário em 2024 é o avanço da tecnologia, cujos resultados são cada vez mais promissores não apenas em relação à área de vendas, na qual a utilização de RV (realidade virtual) e RA (realidade aumentada) já é essencial — mas na crescente utilização de plataformas virtuais. Uma pesquisa da Conect Brasil, aliás, indica que os processos em diversas empresas do setor já são realizados de modo totalmente virtual — e que tal cenário deve se expandir nos próximos anos.
Do ponto de vista tecnológico, outro aspecto é a própria criação do Drex, moeda digital brasileira que, prevê-se, começará a circular em 2025 — e já é motivo de grande expectativa, uma vez que permitirá a realização de operações imobiliárias por meio de contratos inteligentes. Outra tendência é a crescente implementação da tecnologia blockchain para registro de contratos digitais, aspecto crucial para garantir segurança, reduzir custos e simplificar a fiscalização, entre outras vantagens.
Ainda sobre blockchain: o uso dessa nova tecnologia pode contribuir bastante para agilizar os trâmites inerentes à locação de imóveis — seja pela facilidade na assinatura de contratos ou pela otimização dos processos que envolvem a autenticação de documentos. Há, ainda, uma camada adicional de proteção, proporcionada pela verificação de identidade — e, além disso, os contratos são imutáveis, ou seja, não podem ser alterados indevidamente ou fraudados.
O uso de ferramentas para aprimorar a experiência do cliente e obter ganhos em produtividade, facilitar a gestão de imóveis e clientes, acompanhar a performance do negócio e reduzir falhas — além de potencializar resultados — também se intensificará consideravelmente nos próximos anos. A Inteligência Artificial (IA), por sua vez, é, indiscutivelmente, uma das tendências tecnológicas mais importantes para o futuro, cujo impacto no mercado imobiliário se traduz em eficiência, segurança e novas possibilidades.
Por exemplo: ao lançar mão da Inteligência Artificial, as empresas do setor imobiliário obtêm a capacidade analisar volumes imensos de dados instantaneamente e, desse modo, oferecer respostas de modo rápido e com grande precisão. A IA também possibilita a produção de imagens e vídeos que permitem emular a realidade e, desse modo, proporcionar experiências imersivas aos clientes a custos reduzidos. Tais aspectos, ressalte-se, têm potencial para contribuir significativamente com a automação do atendimento e das vendas — e, ainda, para escalar o negócio.
Mais sustentabilidade
A crescente preocupação com o meio ambiente faz com que sustentabilidade se torne cada vez mais relevante para compradores e investidores. A esse respeito é interessante mencionar uma pesquisa, realizada pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica — na qual 57% dos entrevistados afirmaram que procuram por imóveis que tenham espaços arejados e integrados com a natureza, enquanto 56% estariam dispostos a pagar mais por um imóvel com tecnologia verde.
A conclusão, aqui, é nítida: propriedades que ofereçam recursos sustentáveis, como sistemas de captação de água da chuva e energia solar, além de uso inteligente de resíduos e materiais ecofriendly, tornam-se cada vez mais importantes para uma parcela significativa dos consumidores — e essa tendência vem ganhando força ao longo dos anos. E essa conscientização acerca da importância de preservar o meio ambiente faz com que os brasileiros se disponham a pagar mais caro para morar em imóveis sustentáveis.
Aspectos demográficos
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estima que uma parcela equivalente a 32% da população terá 60 anos ou mais até 2060. Há, portanto, uma demanda crescente por habitações e serviços adaptados às necessidades específicas de idosos, que deu origem a um conceito que está em alta no mercado imobiliário: o Senior Living. Diferente de asilos e casas de repouso, esses empreendimentos são concebidos para proporcionar uma vida de qualidade, ativa e independente para a terceira idade.
Essa modalidade oferece facilidades e conveniências incluídas no valor do aluguel, como serviços de saúde e bem-estar, assistência personalizada, limpeza, manutenção, segurança 24 horas, acessibilidade, farmácias e áreas de convívio, além de atividades sociais e recreativas. Os contratos de locação, vale ressaltar, variam bastante: podem ser de longo prazo ou mais flexíveis — em outras palavras, adaptados às necessidades dos idosos.
Casas e apartamentos inteligentes
A automação residencial vem transformando imóveis comuns em espaços inteligentes. Essas casas e apartamentos utilizam dispositivos conectados à internet e entre si, a fim de controlar iluminação, temperatura e entretenimento, por exemplo. Deve-se observar que, em mundo cada vez mais tecnológico, tais imóveis são cada vez mais procurados e valorizados, uma vez que oferecem mais conforto e comodidade, segurança avançada e eficiência energética — entre outras vantagens.
Espaços com infraestrutura para trabalho e lazer
O necessário distanciamento social na época da pandemia de Covid-19 elevou a procura por imóveis maiores, espaçosos e com infraestrutura voltada para o lazer. Afinal, durante esse período as pessoas passaram a desempenhar suas atividades profissionais diárias em casa — e, com isso, veio a percepção sobre a importância de residir em um local adequado e confortável. Essa demanda crescente deve continuar em alta nos próximos anos, seja para investidor, comprador ou locador de imóveis — uma vez que os modelos de trabalho remoto e híbrido representam uma alternativa vantajosa tanto para empresas quanto aos colaboradores.
Um cenário promissor
Essas são, portanto, cinco das mais importantes tendências que nortearão o mercado imobiliário nos próximos anos. Deve-se considerar que vários fatores apontam para um cenário positivo para o setor, como a aprovação do orçamento de R$ 117,6 bilhões do FGTS para políticas públicas de habitação, infraestrutura e saneamento básico — que, para todos os efeitos, significa uma disponibilidade ainda maior de crédito do que em 2023. Tal aspecto tem potencial para impulsionar a construção de imóveis — e a expectativa é que haja um número maior de indivíduos em condições de realizar contratos de financiamento para adquirir a primeira moradia. Mas existem, ainda, outras razões pelas quais o mercado imobiliário vem se mantendo aquecido — e uma delas é a estabilidade econômica, já que sob tal contexto a aquisição de imóveis por meio de financiamento torna-se mais fácil. Outro fator importante nesse sentido é o aumento de 41% no orçamento dedicado ao programa federal Minha Casa, Minha Vida (MCMV), além da contratação de 187,5 mil moradias — ações impulsionaram significativamente o setor, tanto em unidades vendidas quanto em número de novos lançamentos. As perspectivas para o mercado de imóveis — que deve se expandir significativamente em 2024 — são, portanto, bastante ot